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A guerra e a vinda de Cristo

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A guerra em Israel tem-me pesado no coração como nunca outra coisa fez. Ver as barbaridades do Hamas, transmitidas em directo, ver o ódio a Israel e aos Judeus espalhados pelo mundo, ver Gaza destruída, ver crianças debaixo de escombros por causa dos ataques constantes de Israel, tudo isso me está a moer e a fazer-me pensar profundamente sobre a vinda de Jesus. Se por um lado é óbvio que os ataques homicidas dos terroristas que entraram em Israel dia 7 de Outubro de 2023 são puramente maléficos, nem sempre é óbvio - para mim - se a resposta Israelita é virtuosa ou não.

Por um lado quero distanciar-me e denunciar todos os protestos anti-Israel que vejo a acontecer não só no médio oriente, mas também em cidades “ocidentais”. Muitas vezes não são apenas protestos que pedem um cessar fogo a Israel, e que pedem que ajuda humanitária entre em Gaza. São protestos que claramente pedem a extinção do estado de Israel, e quase sempre associado a isso, o genocídio de Judeus. Estou convencido que estes protestos estão sobre o “poder do engano” (ἐνέργειαν πλάνης; II Tess 2:11 ), uma maldição divina sobre aqueles que “têm prazer na iniquidade”.

Mas por outro lado, não posso deixar de condenar Israel, especificamente o governo Israelita pelos ataques aéreos que tantas baixas civis têm feito. Mesmo sabendo que os terroristas do Hamas se escondem em hospitais, mesmo sabendo que lançam rockets perto de mesquitas, igrejas, escolas, e zonas residenciais, mesmo sabendo que têm reféns civis. Não percebo nada de estratégia militar, sei pouco sobre a história recente do médio oriente, mas não consigo dizer inequivocamente que Israel está a agir virtuosamente. Depois de pensar profundamente nisto quero afirmar o seguinte princípio:

  • A minha vitimização não é desculpa para vitimizar o meu próximo, ou;
  • A minha opressão não é razão para eu oprimir o meu próximo.

Este princípio é fundamentalmente cristão, em linha com as palavras de Jesus sobre “dar a outra face” e “amar os inimigos”. A não retaliação é o modus operandi daqueles que realmente querem seguir as pisadas de Jesus. Jesus foi brutalmente agredido, acusado injustamente, e morto pelos seus inimigos, mas entre suas palavras finais lemos “Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem” .

Não sei dizer o que Israel deve fazer para melhor proteger os seus cidadãos, mas sei que os seus governantes têm em mãos decisões muito difíceis para fazer. Têm nas mãos não só a vida dos seus, como também a dos inimigos, e dos que são inocentes no conflito, por exemplo crianças.

Este princípio não faz qualquer sentido como estratégia militar. Este princípio não tem qualquer lógica para quem não acredita em Deus, nem numa vida depois da morte. Para esse tipo de pessoas, dizer “Israel tem o direito de se defender” e “vamos exterminar o Hamas” faz todo o sentido. Se Deus não existe, e não existe um juízo eterno sobre todos aqueles que praticam o mal, então nós é que devemos aplicar a Justiça pelas nossas próprias mãos. Mas Deus existe, e ele diz que “não terá o culpado por inocente” ( Ex 34:7 ).

Vai em breve haver um dia em que Deus vai aplicar justiça perfeita sobre todo o mundo, e eu tremo de pensar sobre isso. “Mas Deus, não levando em conta os tempos da ignorância, manda agora que todos os homens em todo lugar se arrependam; porquanto determinou um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que para isso ordenou; e disso tem dado certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.” ( Act 17: 30-31 )

A mensagem cristã é esta. Estamos a viver um tempo em que Deus está a ter paciência com todos, mas esse tempo vai terminar. Tão certo como o dia de amanhã é o dia do juízo.

Visão escatológica #

Na minha opinião esta guerra vai ser um ponto de viragem na história - é só a minha opinião, informada por aquilo que entendo ser a profecia bíblica.

Jesus, o maior dos profetas, pinta o quadro do fim dos tempos e da sua vinda em pinceladas largas. Começa por avisar que antes do fim irá haver engano, guerras, fomes, terremotos, ódio e iniquidade. Mas ainda não é o fim. É apenas o princípio das dores ( Mt 24:8 ). É este o momento em que vivemos. Sempre existiram guerras e fomes e terremotos e ódio, mas a nossa era tem o potencial de ampliar muito magnitude de todas estas coisas. Quanto mais perto do fim, maiores as dores. Mas ainda não é o fim.

Mas Jesus explica também que nos últimos dias antes da sua vinda, irá acontecer a “abominação desoladora” ( Mt 24:15 ), profetizada por Daniel ( Dan 9:27 ). Não é claro em que consiste exactamente esta “abominação desoladora”, mas conseguimos entender que ela depende da existência de um Templo em Jerusalém. Segundo Jesus ela vai acontecer “no lugar santo” e para um judeu do primeiro século - os ouvintes originais de Jesus - essa é uma referência inequívoca ao Templo.

Israel tem neste momento superioridade militar. Tem o apoio dos EUA, e de muitos países europeus. Israel vai vencer esta guerra. A vitória de Israel neste conflito não implica que suas ações sejam justas ou abençoadas divinamente. Não, estou apenas a constatar o facto da sua superioridade militar e geopolítica. Israel apoia-se na sua própria força e não em Deus. Isso vai ser o seu fim. Apoiado na sua força, Israel terá segurança, paz e prosperidade e o templo judaico vai ser reconstruído. Não sei se isso vai ser daqui a 5 ou 50 anos. Mas é isso que as escrituras indicam.

Esse tempo segurança vai ser terminado abruptamente pelo anticristo, que com toda a fúria de Satanás vai roubar, matar e destruir em Israel. Vai levar cativos e tomar Jerusalém. Isto também faz parte do plano de Deus. Israel vai tombar e chegar ao fim das suas forças. Deus vai usar o anticristo para julgar Israel, da mesma forma que usou os Assírios e os Babilónios. Quando Israel chegar ao limite, e se voltar para Deus pedindo o seu perdão e auxílio, aí verão o seu Messias chegar em seu auxílio ( Zc 12:9-10 ). Nesse momento, Jesus, o Messias de Israel, o Salvador do Mundo, o Cordeiro de Deus, o Leão de Judá virá em glória, com todos os seus Santos, para salvar Israel, julgar o mundo, estabelecer o seu reino, e reinar com Justiça.

O que devo fazer? #

Assim sendo, a minha posição acerca das atividades militares de Israel em Gaza, é de profunda preocupação, porque demonstram uma atitude de prepotência de Israel, de autossuficiência, que lhes vai trazer em última análise o juízo divino. Deus “não terá o culpado por inocente” e isso inclui tanto Judeus como não Judeus. A única esperança para a humanidade de escapar do juízo é o arrependimento e fé em Cristo.

Judeu, cuidado para não te apoiares nas tuas próprias forças, nas tuas obras. És parte do povo escolhido, mas a tua confiança não pode estar na tua própria força. Israel existe hoje como nação por vontade divina, tal como deixou de existir durante quase 2000 anos pela vontade do mesmo Deus. Cuidado com as decisões que tomas hoje porque elas têm consequências eternas. Arrepende-te e converte-te a Jesus, o Messias, a quem o céu vai conter até aos tempos da restauração de todas as coisas .

Cristão, cuidado para não te opores ao plano de Deus em Israel. Tu és apenas um ramo enxertado e se Deus não poupou os ramos naturais também não te poupará a ti. Esforça-te pela sua reconciliação e permanece na bondade de Deus. Cuidado também para não seres um entrave àqueles que hoje odeiam Israel entrarem no rebanho do Sumo Pastor. Eles são hoje inimigos de Deus, mas também tu o eras, e recebeste a reconciliação.

A todo o não cristão digo, presta atenção aos sinais dos tempos. O tempo da paciência de Deus não vai durar para sempre mas ainda é tempo! Hoje tens oportunidade de arrependimento. Hoje podes ter todos os teus pecados perdoados. Hoje podes receber a paz com Deus.

Israel só existe hoje por vontade divina. É um milagre Israel existir, mas está a aproximar-se um tempo de grande tribulação para Israel.

Todos os cristãos são chamados a preservar a vida, e a eliminar o sofrimento, tanto sofrimento terreno como eterno.

Devemos apoiar Israel na sua tribulação, e mostrar misericórdia e perdão aos inimigos de Israel.

É essa a nossa missão, seguindo o exemplo de Jesus, até à morte.

Esta é a mensagem do evangelho.

Quem achar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á.

Mateus 10:39